quarta-feira, 29 de outubro de 2014

LIÇÃO 05 – DEUS ABOMINA A SOBERBA ­ 4º TRIMESTRE 2014



LIÇÃO 05 – DEUS ABOMINA A SOBERBA ­ 4º TRIMESTRE 2014
(Dn 4.10­-18)

INTRODUÇÃO

Nesta quinta lição, veremos no mau exemplo do Rei Nabucodonosor, que a soberba é um grave pecado contra Deus.
Estudaremos a definição da palavra soberba, as características deste sentimento e analisaremos as sérias consequências que
ela (a soberba) proporciona. Também pontuaremos alguns exemplos de pessoas que foram soberbas na Bíblia.

I – DEFINIÇÃO DA PALAVRA SOBERBA

A soberba é o encurvamento do homem a si mesmo. Soberbo no grego é “huperephanos” que significa:
“mostrar­se a si mesmo acima dos outros” formada de “huper” que é “muito acima de” e da expressão “phainomai” que
é “aparecer, ser manifesto”, embora muitas vezes denote “preeminente”, sempre é usado no NT no mau sentido de
“arrogante, desonesto, orgulhoso, altivo, soberbo” (Lc 1.51; Rm 1.30; 2Tm 3.2; Tg 4.6; 1Pe 5.5) (VINE, 2002, p. 996 – grifo
nosso). Um outro termo equivalente é “arrogância”. O Aurélio define como: “orgulho que se manifesta por atitudes altivas e
desdenhosas” (FERREIRA, 2004, p. 199). O termo deriva­se do hebraico “zadôn” e significa “altivez”, “orgulho” ou
“soberba” (Ml 3.15; 4.1; Sl 119.51,69,78,122; Jr 43.2). O orgulho é um pecado abominável diante de Deus (Pv 21.4; 6.16).

II – CARACTERÍSTICAS DA GRANDEZA DA BABILÕNIA

O império babilônico recebeu na Bíblia Sagrada o título de "a jóia dos reinos, a glória e orgulho (soberba) dos
caldeus...", e sua capital foi chamada de "cidade dourada" (Is 13.19; 14.4). Jeremias 51.41, diz de Babilônia: "A glória
de toda terra". A cidade era extravagante; suntuosa além do que se possa imaginar; era sem rival na história do mundo. “A
grandeza do reino dos caldeus pode ser medida pelas dimensões e riquezas de Babilônia. Esta cidade ocupou uma área
quadrada de 576 Km com avenidas de 45 metros de largura por 24 km de comprimento, que dividiam luxuosos quarteirões
com exuberantes jardins, suntuosas residências, magníficos palácios e gigantescos templos. Um desses templos, dedicado a
Bel, media 5 km de circunferência, e um dos palácios reais ocupava uma área superior a 12 km quadrados. Os historiadores
afirmam que os muros de Babilônia eram duplos e alcançavam a altura de 112 metros, com uma largura de 24 metros […]
essa grande metrópole inventou um alfabeto, resolveu problemas de aritmética, inventou instrumentos para medição do
tempo, descobriu a arte de polir, gravar e perfurar pedras preciosas; alcançou grande progresso nas artes têxteis, estudou
com êxito o movimento dos astros, concebeu a ideia da gramática como ciência e elaborou um sistema de leis civis. Em
grande parte, a cultura dos gregos provinha de Babilônia” (ALMEIDA, sd, p. 10).

III – CARACTERÍSTICAS DA GRANDEZA DE NABUCODONOSOR

O profeta Jeremias, contemporâneo do período do exílio de Israel e Judá na Babilônia, diz que Deus chamou a
Nabucodonosor de “meu servo”, seu significado evidentemente é "meu instrumento" (Jr 25.9; 27.6 e 43.10.). Na verdade,
Nabucodonosor foi a vara de Deus de punição ao seu povo por ter abandonado o Senhor e tomado o caminho da idolatria e
dos costumes pagãos. Ao referir­se a Nabucodonosor, um escritor disse que: "o Império era ele e ele era o Império.
Como supremo e absoluto [...] ele era o 'tudo', a majestade suprema..”. Além disso, desempenhou uma administração
que conservou todas as nações em harmonia, bem como sob completa segurança e proteção. Jamais a história registrou
um soberano político no trono do mundo maior do que ele. Ele a todos sobrepujou em glória, grandeza e majestade.
Assim, achou por bem Deus que lhe dera todo o poder e a glória (Dn 2.37­38; Jr 25.9), honrá­lo no símbolo da cabeça de
'ouro fino' da estátua de seu impressionante sonho inspirado... É surpreendente notar que a interpretação de Daniel ignorou
por completo, não somente os reis que precederam Nabucodonosor no trono de Babilônia como também os que lhe
sucederam. Em toda a Terra e em toda a História não houve outro potentado que governasse o mundo tão a contento
de Deus" (ALMEIDA, sd, pp. 11,12).

IV ­ CARACTERÍSTICAS DA SOBERBA DE NABUCODONOSOR

O relato do quarto capítulo de Daniel demonstra o sutil, mas desastroso, efeito da soberba. Um comportamento
excessivamente orgulhoso, arrogante e presunçoso caracteriza o sentimento da soberba. A ideia de poder sobre os outros
por si só é uma loucura. "A soberba leva o homem a desprezar os superiores e a desobedecer as leis. Ela nada mais é
que o desejo distorcido de grandeza" e completa: "a pessoa que manifesta a soberba atribui apenas a si próprio os
bens que possui. Tem ligação direta com a ambição desmedida, a vanglória, a hipocrisia, a ostentação, a
presunção, a arrogância, a altivez, a vaidade, e o orgulho excessivo, com conceito elevado ou exagerado de sipróprio". Nabucodonosor concentrou todas estas características perdendo­se em si mesmo no mundo obscuro do orgulho.
“... Não é esta a grande Babilônia que eu edifiquei [...] para glória da minha magnificência? (Dn 4.30) (Revista
Ensinador Cristão. Editora CPAD. p. 38).

V ­ EXEMPLOS NEGATIVOS NA BÍBLIA DE SOBERBA

A soberba é o orgulho excessivo que uma pessoa demonstra e não tem nenhum senso de autocrítica. É como uma
doença contagiosa que se aloja no coração do homem e ele perde a capacidade de admitir que para viver no mundo dos
homens precisa lembrar que o outro existe. A falta do senso de autocrítica o faz agir irracionalmente (Sl 101.5; 2 Cr 26.16).
A soberba nada mais é do que o egoísmo na sua mais alta plenitude. Uma pessoa soberba é capaz de menosprezar até o
poder de DEUS, achando que não precisa Dele. A Bíblia nos mostra que a soberba torna os olhos altivos, apodrece a alma
(Pv 21.4) e cega a vista (1 Tm 3.6; 6.4). Vejamos:

● A história de Lúcifer infere­se em dois textos proféticos de Isaías e Ezequiel nos quais, encontramos em linguagem
metafórica, a história literal da queda de Lúcifer, perdendo sua posição na presença de Deus. Ele é identificado na
Bíblia como Diabo, Satanás (Is 14.13­16; Ez 28.14,16). Essas duas escrituras revelam que Lúcifer perdeu seu status
celestial na presença de Deus por causa da sua soberba. Por isso, a soberba é um pecado do espírito humano, que
afeta diretamente as relações verticais do homem com Deus.

● Rei Saul é outro exemplo negativo do significado da soberba. Saul começou bem o seu reinado, até que se deixou
dominar por inveja, ciúmes e, então, começou a agir irracionalmente. A presunção de se achar superior a tudo, o
levou a agir com atitudes arbitrárias dentro do Palácio e nos assuntos do reino. Foram atitudes que feriam princípios
morais, políticos e espirituais de Israel. Sua arrogância o fez praticar ações que não competiam à sua alçada e, por
isso, foi lhe tirado a graça de Deus na sua vida. Então passou a agir irrefletidamente dominado pela soberba que fez
Deus rejeitá­lo, porque sua desobediência era fruto da soberba (1 Sm 9.26; 10.1; 15.2,3,9; 15.23).

● O Rei Herodes é outro personagem que se destaca na Bíblia por sua soberba Ele era um homem altivo, presunçoso
e teve um fim triste para a sua história. Em Atos dos Apóstolos está registrado sua arrogância (At 12.1,2; At
12.3­11; At 12.21,22). Para que todos entendessem que Deus não aceita que se zombe da sua soberania e justiça,
enviou o seu anjo que “feriu­o..., porque não deu glória a Deus e, comido de bichos, expirou” (At 12.23).

● Nabucodonosor é o grande exemplo do perigo da arrogância. Por esta causa ele perdeu seu trono e seu reino. A
soberba é um dos pecados do espírito humano que afeta diretamente a soberania de Deus. Por causa da sua
arrogância contra o cetro do Deus Altíssimo, Nabucodonosor, assim como a árvore do sonho, foi cortado até a raiz
(Dn 4.18). A profecia cumpriu­se integralmente na vida deste rei, e ele, depois de humilhado, perdeu a capacidade
moral de pensar e decidir porque seu coração foi mudado, de “coração de homem”(Dn 4.16) para “um coração de
animal” (Dn 4.25).
VI ­ ENSINOS SOBRE SOBERBA E A ARROGÂNCIA
Nos dias de Daniel, Nabucodonosor era o rei do maior império da época de 605 a 562 a.C. Certa ocasião, quando
ele passeava no palácio real de Babilônia, disse: “Não é esta a grande Babilônia que eu edifiquei para a casa real, com
a força do meu poder, e para glória da minha magnificência?” (Dn 4.30). Quando ele reconheceu que o poder e a
soberania pertence única e exclusivamente a Deus, foi restabelecido o seu reino e sua glória foi acrescentada (Dn 4.35,36).
Vejamos o que a Bíblia nos diz sobre a soberba:

● “Vindo a soberba, virá também a afronta...” (Pv 11.2). A soberba conduz a afronta. A Bíblia está repleta de
exemplos: Golias desafiou o exército de Israel (I Sm 17.8­10); Hamã desejou exterminar Mardoqueu e o povo judeu
(Et 3.6­15); o rei Belsazar tomou vinho juntamente com seus oficiais, suas mulheres e concubinas nos utensílios da
casa de Deus (Dn 5.23).

● “A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito precede a queda” (Pv 16.18). O fim do soberbo é sempre
trágico. Golias foi morto por Davi, um pastor de ovelhas (I Sm 17.48­54); Hamã conduziu Mardoqueu pelas ruas da
cidade, gritando: “assim se fará ao homem cuja honra o rei se agrada”, e, depois, foi morto na forca que
preparou para Mardoqueu (Et 6.11; 7.10); e o rei Belsazar foi morto na mesma noite que bebeu vinho nos utensílios
do templo (Dn 5.30).

● “Abominável é para o Senhor todo altivo (soberbo) de coração” (Pv 16.5). A palavra abominar deriva­se do
hebraico: nã'ats e significa “desprezar”, “rejeitar”, “abominar”. Também tem o sentido de “aborrecer”,
“detestar” e “odiar”. Deus abomina o orgulho porque conduz o homem a uma falsa sensação de independência,
auto suficiência e superioridade aos demais; sentimentos estes, condenados na Palavra de Deus (Pv 6.17; 8.13;
Ob 1.3; Lc 14.11; At 17.28; Fp 2.3).

CONCLUSÃO

Vimos que Deus não derrama Seu juízo antes de chamar o homem ao arrependimento. O Senhor deu doze meses
para Nabucodonosor se arrepender, porém, ele exalta­se em vez de dar glória a Deus (Dn 4.29­30). “Eu edifiquei”; “pela
força do meu poder” “para a glória da minha majestade”. Quando o homem não escuta a voz da graça, ouve atrombeta do juízo. O orgulho é algo abominável para Deus, pois Ele resiste ao soberbo (Tg 4.6).
REFERÊNCIAS
● ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger. Comentário Bíblico Pentecostal. CPAD.
● CABRAL, Elienai. Integridade Moral e Espiritual: o legado do livro de Daniel para igreja hoje. CPAD
● CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
● _______________. O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. HAGNOS.
● STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.

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