quinta-feira, 24 de março de 2016

PNEUMATOLOGIA - A OBRA DO ESPÍRITO SANTO NA SALVAÇÃO

A OBRA DO ESPÍRITO NA SALVAÇÃO
Regeneração, o novo nascimento:
A regeneração:
A regeneração é o dom da graça de Deus, é a obra sobrenatural do Espírito Santo realizada no salvo após a justificação pela exclusiva determinação de Deus. A Escritura revela que o homem natural não tem a capacidade de escolher a Deus, mas que todos os salvos foram escolhidos por Ele, por isso o ‘novo nascimento’ implica não só em uma nova vida agora, como também a vida eterna no mundo do porvir.
O efeito da regeneração é fazer com que o crente passe da morte para a vida espiritual através da mudança na disposição da mente, voltando o seu pensamento e suas ações para a obediência e o prazer na Palavra de Deus, os dons concedidos na regeneração são: a fé em Cristo e o arrependimento para a vida, desta forma, a justificação antecede à fé, pois a fé é um dom de Deus procedente da salvação, sendo infundida no crente através da ação do Espírito Santo.
Uma criança pode ser regenerada, tanto quanto um adulto ou idoso ou ainda uma pessoa incapaz, não existe a consciência de quando ou onde ocorreu a regeneração, somente se pode perceber a regeneração pelo amor a Cristo e a aceitação incondicional da Palavra (veja acima: “TODA A VERDADE”).
João 3,5-7: “Respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo: quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus. O que é nascido da carne é carne; e o que é nascido do Espírito é espírito. Não te admires de eu te dizer: importa-vos nascer de novo”.
John Gill: “Água e Espírito (twnv – twlm), duas palavras hebraicas que expressam a mesma coisa: “A graça de Deus derramada através do Espírito”.
Habitação:
Quando a pessoa é justificada, ela recebe o Espírito, que passa a habitar com os filhos de Deus.
1 Coríntios 6,19: “Acaso, não sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo, que está em vós, o qual tendes da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos?”.
Batismo no (ou do) Espírito:
Somente Cristo pode batizar os eleitos com o Espírito Santo, unindo todos em um só corpo que é a Igreja de Deus (a Igreja Universal), nenhuma igreja, eclesiástico ou denominação detêm o poder de batizar no Espírito ou salvar quem quer que seja.
A expressão Batismo no Espírito ou Batismo do Espírito não existe na bíblia, somente a expressão Batismo com o Espírito e somente Jesus batiza com o Espírito:
- A previsão de João Batista:
Mateus 3,11: “Eu vos batizo com {com; ou em} água, para {para; ou à vista de} arrependimento; mas aquele que vem depois de mim é mais poderoso do que eu, cujas sandálias não sou digno de levar. Ele vos batizará com {com; ou em} o Espírito Santo e com {com; ou em} fogo”.
Marcos 1,8: “Eu vos tenho batizado com {com; ou em} água; ele, porém, vos batizará com {com; ou em} o Espírito Santo”.
Lucas 3,16: “Disse João a todos: Eu, na verdade, vos batizo com {com; ou em} água, mas vem o que é mais poderoso do que eu, do qual não sou digno de desatar-lhe as correias das sandálias; ele vos batizará com {com; ou em} o Espírito Santo e com {com; ou em} fogo”.
João 1,33: “Eu não o conhecia; aquele, porém, que me enviou a batizar com {com; ou em} água me disse: Aquele sobre quem vires descer e pousar o Espírito, esse é o que batiza com {com; ou em} o Espírito Santo”.
Em todos os versos paralelos nos evangelhos, João Batista afirma o seu batismo com água para arrependimento, ao passo que Jesus iria batizar com o Espírito. Ele contrasta o sinal externo do batismo, que é a água com o sinal interno que é privativo dos eleitos de Deus por intermédio de Cristo somente: o batismo com o Espírito.
O Pentecostes:
Joel 2,28: “E acontecerá, depois, que derramarei o meu Espírito sobre toda a carne; vossos filhos e vossas filhas profetizarão, vossos velhos sonharão, e vossos jovens terão visões”.
Jesus promete que ele iria batizar os apóstolos com o Espírito no dia de Pentecostes, esta é uma promessa feita através do profeta Joel no Velho Testamento que foi cumprida neste dia, mas vemos que nenhum ministro ou apóstolo efetuou o batismo, este batismo com o Espírito aconteceu espontaneamente, pela única ação de Deus em Cristo, sem adição de nenhuma iniciativa por parte dos apóstolos.
Atos 1,5: “Porque João, na verdade, batizou com {com; ou em} água, mas vós sereis batizados com {com; ou em} o Espírito Santo, não muito depois destes dias”.
O que vemos aqui é que Jesus não outorgou a nenhum dos apóstolos este batismo, ele mesmo envia o seu Espírito a batizar aqueles destinados à salvação.
O verdadeiro sentido do batismo com o Espírito está na Carta aos Coríntios, esta sim é uma declaração da universalidade do batismo como um ato salvífico de Cristo.
1 Coríntios 12,13: “Pois, em um só Espírito, todos nós fomos batizados em um corpo, quer judeus, quer gregos, quer escravos, quer livres. E a todos nós foi dado beber de um só Espírito”.
Este verso se refere ao batismo real, aquele que não é apenas uma manifestação externa ministrada pelo homem, este batismo é o “novo nascimento” outorgado diretamente pela graça de Deus em Cristo na justificação do crente, este é um ato divino concedido a todos os que passam, pela graça de Deus, a fazer parte do reino de Deus, ou da Igreja Universal que não é conhecida dos homens, somente Deus conhece seus filhos.
João 3,6: “O vento sopra onde quer, ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo o que é nascido do Espírito”.
Este é um ato único que ocorre uma só vez na vida do eleito, a partir deste momento ele é eternamente salvo e jamais poderá perder esta salvação, pois é uma obra de Deus e não do homem, por este motivo, Jesus promete a suas ovelhas, nada menos que a vida eterna, não existe em toda a bíblia uma única justificativa, que seja, para a necessidade de uma segunda obra do Espírito na vida do crente, esta é, sem dúvida, uma heresia grave que não deve ser aceita em nenhuma hipótese.
João 10,27-29: “As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem. Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecerão, e ninguém as arrebatará da minha mão. Aquilo que meu Pai me deu é maior do que tudo; e da mão do Pai ninguém pode arrebatar”.
Não existem classes de crentes diferenciadas através de sacramentos, esta idéia é herética e antibíblica.
O maior perigo dos dons espirituais na atualidade constitui-se no ensino fundamental das igrejas pentecostais e carismáticas: O Batismo no (ou do) Espírito. Esta é uma concepção, segundo a qual o crente precisa de uma nova obra de salvação que se manifesta em dons, supostamente concedidos pelo “espírito” e imediatamente após esse “batismo”.
A consideração pentecostal é que a pessoa a ser imersa é o “velho homem”; a mesma pessoa que emerge do batismo é o “novo homem” prenunciado no evangelho. Além da necessidade totalmente antibíblica da segunda obra da salvação o Batismo no Espírito atribui ao homem que batiza a capacidade da salvação e do novo nascimento, o que é uma heresia e uma versão moderna do pecado imperdoável, pois atribui ao homem a ação do Espírito, que procede somente do Pai e do Filho.
Já foi visto acima que expressão “Batismo no (ou do) Espírito” não ocorre na bíblia, as formas em que a fórmula do batismo ocorre são: Batismo de João, Batismo de Arrependimento ou Batismo com o Espírito Santo, este último realizado exclusivamente por Jesus.
Mateus 21,25: “Donde era o batismo de João, do céu ou dos homens? E discorriam entre si: Se dissermos: do céu, ele nos dirá: Então, por que não acreditastes nele?”
Lucas 3,3: “Ele percorreu toda a circunvizinhança do Jordão, pregando batismo de arrependimento para remissão de pecados”.
O selo do Espírito:
Todos os homens e mulheres eleitos em Jesus Cristo têm uma garantia eterna de que perseverarão até o final e serão glorificados, essa regeneração somente pode acontecer pela obra do Espírito Santo, o selo e o penhor do Espírito são outorgados por Deus de forma imediata e permanente no ato da justificação.
É completamente errado e herético pensar que o crente somente irá receber o selo ou o penhor do Espírito pela perseverança e aperfeiçoamento após a justificação
(Lloyd Jones), o selo e o penhor do Espírito fazem parte imediata da justificação, que é um ato judicial de Deus.
2 Coríntios 1,22: “Que também nos selou e nos deu o penhor do Espírito em nosso coração”.
Não se deve, em hipótese alguma, fazer distinções entre os crentes, sempre irão existir diferenças entre estes crentes, os dons de Deus são diversos e distribuídos pelo Espírito como convém a ele, não existem crentes mais santos ou melhores que outros, existem sim, crentes com dons diversos, mas isto não implica em diferença por classes, pois a eleição é eterna e assim é o chamado de Deus, uma vez que o crente foi justificado, ele está eternamente salvo.
A única diferença que existe é entre os eleitos e os réprobos, não importa o quanto estes réprobos sejam religiosos e falem em nome de Cristo, eles jamais aceitarão toda a Palavra sem que coloquem jeitosamente, à exemplo dos fariseus, alguma restrição.
Romanos 11,29: “Porque os dons e a vocação de Deus são irrevogáveis”.
Encher-se do Espírito:
O enchimento com o Espírito é um dom de Deus, ninguém é capaz, por si mesmo, de atingir esta meta; a plenitude do Espírito nos crentes leva ao crescimento e amadurecimento no conhecimento e na adoração a Deus em Cristo. Este é um assunto delicado, não existe perante Deus um crente melhor ou mais habilitado que outro, não existem categorias de crentes, todos os eleitos são exatamente iguais perante Deus, pois ninguém é salvo pelos seus méritos, mas, todos são salvos somente pela justiça perfeita de Cristo, que é a mesma para todos.
Não existem pecadores condenados e santos salvos, o que existe são pecadores condenados e pecadores salvos pela justiça de Cristo. Os eleitos, já regenerados, apesar de constrangidos, continuam nos seus pecados e delitos carregando o peso do pecado original e dos pecados do dia a dia, incapazes em toda sua vida de agradar a Deus e perseverar em sua salvação à parte da comunhão permanente do Espírito.
Efésios 5,18: “E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito”.
Isto não exime os crentes de se esforçar e procurar sinceramente dentro de si, força e determinação para cumprir os mandamentos e agradar a Deus, orando sempre e sabendo que somente irão perseverar através da graça de Deus em Cristo, aplicada pelo Espírito, todavia, o verdadeiro crente tem seu prazer e segurança na soberania de Deus.
Filipenses 2,13: “Porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade”.
Orientação:
Os crentes são instruídos e direcionados pelo Espírito na preservação, capacitação e orientação visando uma vida agradável a Deus, o que é impossível sem a intervenção divina, mesmo para os crentes regenerados e maduros na fé.
Gálatas 5,16: “Digo, porém: andai no Espírito e jamais satisfareis à concupiscência da carne”.
O Espírito Santo como Santificador
Na primeira carta do apóstolo Pedro, Deus diz: ‘Sede santos, porque eu sou santo’. O Deus cristão não é um deus caprichoso e cruel que enche seus filhos de desejos e exige continência, esta frase acima não é uma ordem, mas um decreto, tanto no Velho quanto no Novo Testamento.
Ninguém é interiormente santo no sentido de perfeição moral, a santidade no sentido da perfeição moral é própria somente de Deus, a santidade do homem se refere a um relacionamento com Deus, à simples separação entre os réprobos e os eleitos, mas jamais à perfeição moral que nunca será atingida por nenhum homem.
Por este motivo Deus envia aos seus filhos o seu Espírito que os ajuda e intercede por eles, de forma que o pecador justificado é regenerado e persevera na salvação somente pela ação contínua do Espírito durante toda sua vida terrena.
A perseverança se traduz no acatamento da Palavra de Deus e da fé em Cristo, pela qual, todo o louvor e adoração a Deus devem ser feitos conforme estabelecido em sua Palavra, todo o resto é invenção humana que nenhum valor tem para a glória de Deus e a fé em Cristo.
Apocalipse 14,12: “Aqui está a perseverança dos santos, os que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus”.
O que é a justiça do salvo? A justiça do salvo é a justiça de Cristo somente, ninguém possui justiça própria que o justifique ou constitua mérito para a salvação, por este motivo a justiça de Cristo tem que ser aplicada continuamente pelo Espírito, que irá prover a preservação do crente durante toda a sua vida terrena.
1 - Em primeiro lugar, todos os salvos são santificados com base no sacrifício de Cristo, que morreu em lugar do pecador e conquistou a justiça que jamais seria possível ao homem, quem é justificado recebe, pelo Espírito, o dom da fé em Cristo, quem crê no filho de Deus recebe a sua justiça por imputação.
Mateus 9,6: “Ora, para que saibais que o Filho do Homem tem sobre a terra autoridade para perdoar pecados—disse, então, ao paralítico: Levanta-te, toma o teu leito e vai para tua casa”.
2 - Em segundo lugar, o crente somente é santificado nesta vida pela ação do Espírito Santo, que o capacita para agir de maneira agradável a Deus, veja, por exemplo, que crentes em Filipos, que já haviam recebido a unção do Espírito, temiam a Deus e eram obedientes e disciplinados.
Filipenses 2,12-13: “Assim, pois, amados meus, como sempre obedecestes, não só na minha presença, porém, muito mais agora, na minha ausência, desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor; porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade”.
O temor a Deus somente é válido quando se acredita no Deus triúno, soberano e determinador, transcendente e acima do tempo, do universo e de todas as criaturas criadas, somente esta visão da grandiosidade e soberania de Deus, presente igualmente em todas as pessoas divinas pode levar o crente ao temor e à verdadeira adoração.
Se alguém acredita em um deus da mesma natureza que ele e este deus vai depender da vontade e decisão do homem para realizar seus planos, temê-lo seria imoral, pois ninguém deve temer uma criatura da mesma natureza, pois todo aquele que acredita no livre-arbítrio está criando uma obrigação para Deus, que deverá
salvá-lo pelos seus próprios méritos: Se existe uma obrigação de Deus para com o homem, então, por que temê-lo?
A soberania de Deus e o ministério do Espírito
A salvação é o dom de Deus em Cristo, a obediência e o desenvolvimento da salvação também é um dom de Deus através do ministério do Espírito. Se alguém faz algo agradável em relação a Deus é porque assim foi determinado, pois é Ele quem efetua tanto o querer como o realizar através do seu Espírito, por isso, o orgulho e a vaidade não têm lugar na vida do cristão, apenas o temor e a gratidão a Deus.
Tito 3,5: “Não por obras de justiça praticadas por nós, mas segundo sua misericórdia, ele nos salvou mediante o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo”.
A vontade e a determinação de Deus é tão abrangente nos crentes como nos ímpios, a soberania de Deus é absoluta no bem e no mal, Deus mantém os crentes, através do Espírito, direcionados para uma vida em constante regeneração. Ao mesmo tempo, mantém os ímpios, também pelo ministério do Espírito, sempre ativamente voltados para o mal, tanto para a execução do mal em si como para receber o ministério do engano.
Não se deve confundir estes fatos; a vontade de Deus não anula a personalidade do homem, este é sempre responsável pelas suas ações em qualquer situação.
1 Pedro 2,7-8: “Para vós outros, portanto, os que credes, é a preciosidade; mas, para os descrentes, a pedra que os construtores rejeitaram, essa veio a ser a principal pedra, angular e: Pedra de tropeço e rocha de ofensa. São estes os que tropeçam na palavra, sendo desobedientes, para o que também foram postos”.

Fonte:http://www.vivendopelapalavra.com/

1 comentários:

Pr Flávio da Cunha Guimarães disse...

Minha irmã Ladjane, parabéns pela excelente exposição sobre o Espírito Santo e a não perca da salvação. Estou compactuando contigo, pois penso que não há uma segunda bênção, que é o batismo com o Espírito Santo. Para mim o batismo com o Espirito Santo se da no momento da conversão, no momento da regeneração, quando aceitamos a Cristo como Salvador pela fé, o que está em Ef. 1:13 "Em quem também vós estais, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação; e, tendo nele também crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa". Texto que a irmã poderia ter citado em sua exposição. Deus a abençoe e ilumine cada vez mais.

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